Autor de feminicídio de Maria Graziele vai a júri em Campo Grande após três anos do crime

Lucas Pergentino Câmara será julgado pelo feminicídio de Maria Graziele Elias de Souza, ocorrido em abril de 2020, após o término do casamento

Três anos após o crime, Lucas Pergentino Câmara será julgado pelo feminicídio de Maria Graziele Elias de Souza, ocorrido em abril de 2020, após o término do casamento. A defesa tentou absolver o ex-marido de Graziele, mas não teve sucesso e abandonou o caso. Atualmente, o réu está sendo assistido por um defensor público.

Graziele foi morta com um golpe de mata-leão pelo então esposo.

O pai de Graziele, Stephan Hofmann, convocou a população para comparecer ao julgamento, mas preferiu não comentar muito sobre o assunto, devido à dificuldade emocional causada pela demora do júri. Em suas palavras: "É muito difícil falar alguma coisa. Nós nos sentimos muito pesados com tudo, principalmente por conta da demora [do júri]. Está muito difícil até de articular; nós não temos condições de falar sobre isso".

O julgamento está marcado para as 8h no 1º Tribunal do Júri, localizado na Rua da Paz, esquina com a Rua 25 de Dezembro. Ao longo desses anos, Lucas, que confessou o crime, e sua defesa tentaram evitar o Júri Popular, mas todas as tentativas foram rejeitadas pelo juiz.

A defesa chegou a abandonar o caso, e um defensor público foi designado para representar Lucas. Stephan divulgou uma nota expressando o desejo de que essa longa disputa jurídica finalmente chegue ao fim e que o culpado receba a devida punição. Ele agradeceu o apoio daqueles que desejam comparecer ao Fórum para dar força à família após essa jornada difícil.

O crime ocorreu no Bairro Parque do Lageado. O casal conviveu por 8 anos, mas estava separado há 1 mês. Segundo a denúncia, Lucas tentava incessantemente reatar o casamento e era extremamente ciumento e possessivo, chegando a monitorar as redes sociais da vítima.

No dia do crime, ele buscou Graziele em seu local de trabalho, e juntos foram para a casa, pois era o aniversário do réu. Lá, tiveram relações sexuais e continuaram conversando. Em determinado momento, ele acariciou o pescoço da vítima, que o repeliu confessando que tinha medo de ser morta por ele. Foi nesse momento que ele teria dito: "Então vou te matar".

Em seguida, ele aplicou um golpe de mata-leão, segurando as mãos dela para baixo, deixando-a de bruços na cama com o rosto no travesseiro. Depois, ele se vestiu, foi até a casa da mãe da vítima dizendo que a encontraria lá, e retornou para casa. Ele vestiu Graziele, a colocou no carro e abandonou o corpo na BR-262, no fim da Avenida Narsi Siufi.

 

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